ALIMENTE O PEIXINHO

terça-feira, 25 de outubro de 2011

SALAS VERDES GANHAM KITS


Salas verdes ganham novas publicações

Começa a ser distribuído pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) o kit 2011 de publicações para as 284 Salas Verdes em atividade em todo o território nacional. Cada caixa conterá 59 livros recentes editados por diversas áreas do MMA, incluindo as entidades vinculadas.
Dentre essas publicações vale destacar, o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção , dividido em dois volumes com 479 páginas cada. A publicação é fruto do trabalho de pesquisa desenvolvido pelo Departamento de Conservação da Biodiversidade Brasileira do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Ministério da Educação.
Outra publicação bem conhecida são as cartilhas da campanha Saco é um Saco , que em três volumes, procura orientar as pessoas para o consumo sustentável, substituindo as sacolas plásticas por alternativas que evitem o impacto ambiental desse resíduo.
A publicação recente que leva o título de Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação X Área de Risco: O que uma coisa tem a ver com a outra? é resultado de um estudo ilustrado com fotos das áreas atingidas pela tragédia das inundações e desmoronamentos na região serrana do Rio de Janeiro, no início do ano.
As Salas Verdes são espaços físicos que disponibilizam, por meio dos livros e demais publicações, o acesso a informações socioambientais, mas também desenvolvem cursos, palestras, oficinas e reuniões. No Estado de Minas Gerais são 49 salas, enquanto São Paulo possui 29 e o Paraná, 20, quase sempre atendendo professores, estudantes e demais interessados na agenda socioambiental.
O Projeto Sala Verde é coordenado pelo Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA e consiste no incentivo à implantação de espaços socioambientais para atuarem como potenciais Centros de informação e formação ambiente.
Fonte: MMA- Ministério do Meio Ambiente

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

COLETA SELETIVA AGORA É LEI


Segundo a Lei Federal nº 12.305/10 e a Municipal nº 879/11 a Coleta Seletiva está sendo implantado no Município de forma intensa e organizada...
O Coletivo Educador, Associação dos Catadores e Secretaria do Meio Ambiente iniciaram nesta quinta-feira 06/10, fazendo a sensibilização nos bairros, Indústria e comércio, incentivando a separação de materiais recicláveis, assim como a doação dos mesmos para a Associação dos Catadores. Desta forma, retirada do Meio Ambiente este passível, e agrega maior renda aos catadores.
O Trabalho do Coletivo Educador é voluntário, e somando a ele os trabalhos que serão agregados de outros movimentos, secretarias, será de suma importância para que tudo aconteça de forma organizada, trazendo para a realidade a dignidade dos catadores os quais viviam às margens da sociedade.
Fonte: Sala Verde

Como lidar com o desejo infinito?



Por Leonardo Boff
Teólogo/Filósofo
O desejo não é um impulso qualquer. É um motor que põe em marcha toda a vida psíquica. Ele goza da função de um princípio, traduzido pelo filósofo Ernst Bloch por princípio esperança. Por sua natureza, não conhece limites como já foi visto por Aristóteles e por Freud. A psiqué não deseja apenas isto o aquilo. Ela deseja a totalidade. Não deseja a plenitude do homem, procura o super-homem, aquilo que ultrapassa infinitamente o humano como afirmava Nietzsche. O desejo se apresenta infinito e confere o caráter de infinito ao prejo humano.
O desejo torna dramática e, por vezes, trágica a existência. Mas também, quando realizado, uma felicidade sem igual. Estamos sempre buscando o objeto adequado ao nosso desejo infinito. E não o encontramos no campo da experiência cotitidiana. Aqui somente encontramos finitos.
Produz grave desilusão quando o ser humano identifica uma realidade finita como sendo o objeto infinito buscado. Pode ser a pessoa amada, uma profissão sempre ansiada, a casa dos sonhos. Chega o momento que, geralmente, não tarda muito, em perceber uma insatisfação de base e sentir o desejo por algo maior.
Como sair deste impasse, provocado pelo desejo infinito? Borboletar de um objeto a outro, sem nunca encontrar repouso? Temos que nos colocar seriamente na busca do verdadeiro objeto de nosso desejo. Entrando in medias res, vou logo respondendo: este é o Ser e não o ente, é o Todo e não a parte, é Infinito e não o finito. Depois de muito peregrinar, o ser humano é levado a fazer a experiência do cor inquietum (coração inquieto) de Santo Agostinho: Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova.Tarde de te amei. Meu coração inquieto não descansará enquanto não respousar em Ti. Só o Infinito Ser se adequa ao desejo infinito do ser humano e lhe permite descansar.
O desejo envolve energias vulcânicas poderosas. Como lidar com elas? Antes de mais nada, se trata de acolher, sem moralizar, esta condição desejante. As paixões puxam o ser humano para todos os lados. Algumas o atiram para a generosidade e outras para o egocentrismo. Integrar, sem recalcar tais energias, exige cuidado e não poucas renúncias.
A psiqué é convocada a construir uma síntese pessoal que é a busca do equilíbrio de todas as energias interiores. Nem fazer-se vítima da obsessão por uma determinada pulsão, como por exemplo, a sexualidade, nem recalcá-la como se fosse possível emasculhar-lhe o vigor. O que importa é integrá-la como expressão de afeto, de amor e de estética e mantê-la sob vigilância pois temos a ver com uma energia vital não totalmente controlável pela razão mas por vias simbólicas de sublimação e por outros propósitos humanísticos. Cada um deve aprender a renunciar no sentido de uma ascese que liberta de dependências e cria a liberdade interior,um dom dos mais apreciáveis.
Outra forma de lidar com o desejo infinito é pela precaução que nos previne des ciladas da própria vulnerabilidade humana. Não somos onipotentes, nem deuses, inatingíveis ao fracasso. Podemos mostrar-nos fracos e, por vezes, covardes. Mas podemos precaver-nos contra situações que nos poderão fazer cair e perder o Centro.
Talvez uma chave inspiradora nos seja nos oferecida por C.G.Jung com sua proposta de construir, ao largo da vida, um processo de individuação. Este possui uma dimensão holística: assume com destemor e humildade todas as pulsões, imagens, arquétipos, luzes e sombras. Ouve o rugir das feras que o habitam mas também o canto do sabiá que o encanta. Como criar uma unidade interior cujo efeito seja o equilíbrio dos desejos, a vivência da liberdade e da alegria de viver?
C. G. Jung sugere que cada um procure criar um Centro forte, um Self unificador que tenha a função que o sol possui no sistema solar. Ele sateliza ao seu redor todos os planetas. Algo semelhante deve ocorrer com a psiqué: alimentar um Centro pessoal que tudo integre, com reflexão e com interiorização. E não em último lugar, com o cultivo do Sagrado e do Espiritual. A religião, como instituição, não raro cerceia a vida espiritual por excesso de doutrinas e de normas morais demasiado rígidas. Mas religião como espiritualidade desempenha uma função fundamental no processo de individuação. Cabe a ela ligar e re-ligar a pessoa com seu Centro, com todas as coisas, com o universo, com a Fonte originária de todo o ser, dando-lhe um sentimento de pertença.
A falta da integração da energia do desejo se manifesta pela dilaceração das relações sociais, pela violência assassina praticada em escolas ou nas matanças de pessoas negras, pobres e homoafetivos.
Lidar com as forças do desejo implica, pois, uma preocupação pela sanidade social. Não se poderá passar ao lado da educação humanística, ética e cidadã que eduque o desejo. O grande obstáculo reside na lógica mesma do sistema imperante que exaspera o desejo de ter, descuidando dos valores civilizatórios, da gentileza, do bom trato e do respeito a cada pessoa. Ao contrário, os meios de comunicação de massa exaltam o desejo individual e a violência para resolver os conflitos humanos.
A globalização como fenômeno humano, nos obrigará a moderar os desejos pessoais em favor dos coletivos e assim tornar mais equilibrada e amigável a coexistência humana. Como desejamos tempos favoráveis!